segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Antigas

É quando a roda para que vem a náusea


Eu queimo as revistas e mesmo assim me perseguem os anúncios;
Produtos pra queimar a gordurinha que não vejo na modelo que o anuncia.
Eu prefiro a ferida a tal remédio!
Prefiro a dor ao tédio,
A engolir a seco o sapos cururus e as gias do brejo do vizinho.
Lá tem lugar de sobra. No meu, as vacas pastam.
E sempre sobram sapos que não são meus pra empurrar goela abaixo.
Prefiro a tese, oras, a contradição, pois até a pluma leve às vezes toca ao chão.
Que a terra se exploda em cacos! [mesmo assim haverá vida nos estilhaços].
Quero encontrar vestígios de vida num copo quebrado com o meu grito de euforia ou desabafo!
Quero ir até o fundo!
E ver minha cara nas poças da avenida.
Quero ir até o fundo!
Mas no fundo, não há fundo se a xícara está vazia!








Quando o amor chegar, feche os olhos e deixe que o corpo fale
o que a alma já sabe e a razão desconhece.
Pois o amor nunca mostra a face,
abre os braços e espera que alguém o abrace.
Confesso que hoje descobri a poesia que habita em ti
e agora é tarde,
me reconheço em teus continentes.









As feições estão guardadas aonde a consciência não se cala diante das aflições. Todos os suspiros que nos roubam muito mais além do ar, cada segundo que deixei de crer na capacidade de amar, os vultos de Maria levantando poeira sobre a terra ausente de chuva. O pó de café, do legítimo grão de café, me arrancam diversas lembranças das manhãs de Maria. A mesa vazia. A cidade ainda dormia. O apito do amolador de facas; ele também levantara cedo, "- quando a vida não nos acha é preciso correr atrás da vida"- sua mãe lhe dizia. E assim sua fé se renovava, e a cada dia havia uma nova chance de encontrar felicidade naquela cara pálida de Maria.








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